A Importância da Sangha | Monge Genshô

A Importância da Sangha | Monge Genshô

No dia oito de dezembro Buddha desperta completamente ao ver a estrela da manhã. Ele atingiu estados de consciência cada vez mais profundos durante sete dias praticando continuamente e no nascer do oitavo dia desperta.

No sesshin de rohatsu, retiro que fazemos ao fim do ano, imitamos essa prática e passamos a noite toda em zazen do sétimo para o oitavo dia. Ao nascer da estrela da manhã todos se levantam no zendô e alguém passa dando um pouco de arroz doce na mão de cada praticante que o come e isso é feito para nos lembrarmos de um grande personagem, sem o qual não estaríamos aqui agora, 2.500 anos depois. 

Sidarta Gautama tinha praticado um ascetismo cada vez mais severo tentando despertar e por conta disso ficou pele e ossos. Ele mesmo descreve que podia-se contar suas costelas somente olhando para ele e que a marca do seu sentar era como a pisada de um camelo, por conta dos ossos salientes. Ficando assim em um estado muito enfraquecido, ele caiu e foi encontrado por uma moça chamada Sujata que lhe serviu arroz de leite até que pudesse se fortalecer. Sujata cuida dele até que ele pudesse se sentir revigorado e então ele continua seu projeto de despertar, dessa vez de maneira moderada, voltando a se alimentar.

Sujata é uma personagem que se mantém cuidando dele e lhe levando alimento até o despertar de Buddha. Ela representa a comunidade sustentadora, aquela que apoia a sangha para que ela continue existindo. Nós temos atualmente pessoas que doam e assim sustentam as ações da comunidade Daissen, essas pessoas são representadas por Sujata, porque sem ela Sidarta Gautama teria morrido e não estaríamos sentados aqui agora.

Então um espírito profundamente agradecido deve existir em nós em relação à Sujata e ao seu arroz doce. Ela é um grande personagem, o verdadeiro pilar que faz com que o budismo tenha permanecido de pé e todos aqueles que doam sua porção simbólica de arroz são pessoas representadas nesse personagem magnânimo e compassivo que sustenta, que apoia, que permite que a sangha permaneça em pé. Reverenciemos todas essas pessoas.

Teishô Matinal proferida por Meihô Genshô Sensei, dezembro de 2020.