“Plena de encanto é a vida”
P: Estava conversando com um amigo sobre a depressão “budista”, que como não vemos mais verdadeira felicidade nas coisas externas a nós, nas pessoas, objetos, lugares , as situações perdem muito de seu atrativo, causando assim um desinteresse por elas. Como não buscamos mais a felicidade/satisfação no mundo e sim em nós, não conseguimos nos empenhar com real vontade na busca por coisas mundanas, além do que precisamos para sobreviver, nem traçar objetivos, sem que enxerguemos neles um enorme vazio.
Assim há um grande desinteresse pelo mundo e por outro a difculdade de se vivenciar a atenção plena, ainda mais quando se está emocionalmente mal e se quer uma solução mais imediata, pelo menos para abrandar um pouco essa “depressão”. O senhor poderia falar algo sobre isso?
R: Este mundo é o que nós temos, tenho profundo interesse por ele e por realizar coisas novas e mais significativas, é por isso que continuo na carreira de monge, estou praticando para ajudar mais pessoas, e me comprometo a libertar todas que puder. Este é um grande trabalho e uma tarefa plena de profundo encanto e compensações de alegria.
Se for necessário ganhar dinheiro, fazer empresas, viajar para mais aprender, qualquer coisa ligada ao mundo e a vida, para melhor realizar o Dharma, farei isso. Só há vazio se olharmos só para nosso umbigo esquecendo todos as seres que nos rodeiam e procuram escapar desta roda.
A vida é plena de maravilha e encanto, suave e bela desde que nos voltemos para as necessidades de libertação dos outros seres.