Costurando Rakusu

Costurando Rakusu

“A vida se manifesta em cada costura.
Alinha, concentra, alinhava, sobe e desce, respira.
Depois de cinco linhas, observa-se que está torto.
Se o mal não é cortado pela raiz, o que é torto continua torto e torna-se impossível manter o trabalho harmônico.
Então você retorna, recomeça e concentra-se. Respira e a coisa anda, que beleza! Então o ego se empolga e de repente a linha estoura!
E começa-se tudo outra vez, desde o início, aceitando-se a realidade tal como ela é. Respira, começa, pra cima, pra baixo, na busca da perfeição. Então você precisa terminar porque o tempo está acabando e a ansiedade aparece.
Ai… Pra quê?
Adivinha: arrebenta e todo o tempo que você se preocupou perde a razão de ser quando é preciso retomar tudo de novo – a ansiedade deixa as linhas tortas.
É só o primeiro retalho e a convicção de que a atenção precisa ser ao momento presente se torna fatídica.”
Do blog de uma praticante zen budista de Florianópolis:
Ana Pozza