TOMANDO REFÚGIO NA SANGHA

TOMANDO REFÚGIO NA SANGHA

Alguns praticantes, quando lhes tiramos as ilusões, sentem-se desapoiados. Onde me apoio? Porém, mesmo no Zen existe um apoio e esse apoio chama-se Sangha. Apoiando-se na Sangha ele não está só e, além disso, ele tem ainda pais, irmãos e amigos. Quando ele diz que sente um vazio dentro de si difícil de preencher, lhe falta engolir o universo, pois ainda vê as coisas de forma separada e dual. “Eu estou separado, eu sinto um vazio”! O sentimento de solidão irá acabar quando ele conseguir pôr fim à dualidade, quando não mais enxergar o “outro” e “eu”. 

A solidão só existe com a separação. Vocês percebem que com frequência falo de meu Mestre, Saikawa Roshi? Por quê? Porque ele me é precioso. A última vez que esteve em Florianópolis fomos caminhar na praia e cada concha, cada pequeno peixe ou água viva que ele encontrava na areia, devolvia ao mar. Acredito que este seja verdadeiramente o sentimento de estar junto com todos os seres. Esta é também uma marca constante no praticante, a referência ao Mestre, porque quando fala no Mestre está dizendo “minha família”. Essa ligação que temos com o Templo sede, com nosso Mestre e até mesmo com templos de fora do Brasil, nos coloca na sensação de unicidade, desta forma nunca estamos sós.

Aqueles que se sentem desamparados quando iniciam a prática, ainda não perceberam o quão acompanhados estamos. Mas é necessário vir à Comunidade, sentir a prática coletiva e escutar seu professor. Isso é muito importante.