A sabedoria dos outros

A sabedoria dos outros

P. O que eles fazem para aliviar a dor?

R. Não pode comer, mas pode beber,  aqui no Brasil,  nos retiros eles tem chá, pode beber, então o pessoal do grupo Theravada de Minas  nos contou rindo que eles tem chá e mel para adoçar o chá então parece que o mel acaba rápido. Todo mundo coloca muito mel. Estas são curiosidades da prática budista. Mas a essência que nós estávamos falando é que Buddha criticou os extremos, mas do ponto de vista Budista esta nossa vida de hoje é muito, muito confortável. O surgimento dos mosteiros também é posterior ao início do budismo. A Sangha era principalmente peripatética, significa que elas andavam circulando, andando, dormindo ao relento e só paravam na estação das chuvas, mas isto é possível na Índia, quente e abundante, quando o budismo chega à China, ao Tibete, é necessário lugar para morar então surgem os primeiros monastérios e os monastérios são criados em volta de um templo em volta de um local de  prática e com o passar dos séculos foram ficando cada vez mais complexos mais cheios de diferentes edifícios com finalidades diferentes, foi isto que aconteceu. Temos um mosteiro assim no Brasil, então tem um templo do banho, tem um local para meditação, tem um templo para as cerimônias separado. Em Ibiraçu, no Espírito Santo. É o mosteiro Morro da Vargem, mosteiro da nossa escola, da escola Soto. Eu já estive lá e posso dizer que tomar um banho de ofurô no prédio dos banhos com vidro para a floresta é realmente conforto. Olhando do ponto de vista de Buddha, a Sangha de Budha, acharia aquilo um palácio, muito mais tendo praticantes como Mahakashyapa que nunca se deitava para dormir, ele fez a promessa de não perder tempo deitado, então ele sempre se sentava sem nunca se deitar e Buddha perguntou por que você está fazendo isto? Não é necessário. E Mahakashyapa respondeu: porque eu não tenho tempo, e na realidade Mahakashyapa, que foi o primeiro em práticas ascéticas foi o sucessor de Buddha, quando Buddha morreu a Sangha o elegeu o primeiro patriarca e é o nome dele que nós recitamos na recitação das linhagens em japonês Makakashoo Daiosho, em sânscrito Mahakashyapa (COMENTÁRIO)

É inútil interrogar os outros sobre a sabedoria, já que a sabedoria deles não pode ser de qualquer utilidade para você.(TEXTO). Na realidade, as palestras tem este defeito, você só ouve a sabedoria de outro, a experiência que ele tenha tido, mas o grande defeito que ele está apontando aqui é que não é a sua experiência é apenas indicação, é apenas vamos dizer mapa, você não precisa sair e procurar a trilha para aquele caminho tem alguém que diz para você, oh, dobra a direita, depois ali à esquerda, tem uma descida, melhor levar tênis, então o papel de quem está ensinando são estas indicações e não tem muito mais para dar porque a experiência real  aquela que se tem sentado no processo da meditação é intransmissível, ninguém pode sentar pelo outro, então cada um tem que sentar sozinho,é uma aventura pessoal.

(COMENTÁRIO)