Na história dos 10 passos do boi há a narrativa do caminho para o despertar e já no 3º passo reconhecemos que a pessoa já tem a iluminação e este é o caso de muitos mestres, mas ainda estão distantes do décimo. Há ainda um longo caminho para percorrer.
A maneira de evoluir na prática começa com a experiência de sentar e acalmar a mente e este é o 1º passo, sendo que só passando por este passo se chega aos outros. Os programas que vemos ganhar popularidade, como por exemplo os de mindfulness estão usando a técnica da meditação para atingir os primeiros objetivos: a calma e a serenidade para suportar o estresse da vida de uma forma melhor, a diferença é que usam isto com uma técnica vendável de uma empresa. Na verdade, esses programas são úteis e conseguem entregar o que vendem, mas eles não são programas espirituais, eles são meras técnicas retiradas do zen para obter os objetivos desejados. Podem ser vistos como uma porta de entrada para o Zen, porque pode ser que a partir deles as pessoas procurem por uma prática mais profunda e saiam da superficialidade.
Se você vai nas terapias alternativas, isto pode levar você à prática do Zen. Mas acontece que a prática do Zen não é realmente uma coisa que foi concebida para o público em geral. Tradicionalmente o Zen é uma prática concebida para pessoas que querem despertar, que procuram um mestre e estão dispostas a grande esforço.
Então são necessários buscadores muito determinados no Zen. É natural que quando falamos sobre o Zen muitos queiram ouvir, ir até uma palestra, por exemplo, ou ler um livro sobre o assunto, mas poucos querem praticar de fato. (Continua…)
Trecho de palestra proferida por Meihô Genshō– Rio Grande do Sul, 2019.