Sentamos em um espaço sagrado à frente da estátua de Buddha. Acendemos uma vela e surge um fogo sagrado que representa os olhos de Buddha e o próprio despertar. A luz que instantaneamente faz com que a escuridão desapareça.
Acendemos a chama do incenso, a apagamos e uma brasa vermelha o vai consumindo e essa é uma verdadeira representação de nossa vida. No inicio, alta, reta, forte, íntegra, mas pouco a pouco vai se consumindo e no fim, no incensário restam cinzas. Como são cinzas da nossa prática sagrada, as conservamos durante muito, muito tempo, para sustentar novos bastões de incenso, que por sua vez se consomem e se juntam no incensário.
As flores nos lembram a impermanência, colocadas ao lado de Buddha, mostram como a beleza rapidamente fenece.
Sentamos em um zafu e assim o fazemos sagrado. O sino bate.
Nosso corpo, o depositório da nossa capacidade de despertar, guardião do embrião de um Buddha. Dentro de nós há um embrião capaz das altas realizações espirituais.
De repente percebemos, a sala é sagrada, a almofada é sagrada, o zabuton é sagrado, o sino é sagrado, a terra a quem Buddha tomou como testemunha é sagrada. O que há à nossa volta que não seja sagrado?
Tudo é sagrado!
Então, não precisamos dizer sagrado porque nada pode ser chamado de sagrado se todas as coisas, sem nenhuma comparação, são sagradas. Todos os sons são a voz de Buddha, todas as manifestações são manifestações no próprio Dharmkaya, a grande tela na qual tudo se manifesta.
Conscientes da não sacralidade das coisas, então agora podemos ver o sagrado! O sagrado é simplesmente tudo.
Assim reverenciamos o Buddha.
Teishô Matinal proferido por Meihô Genshô Sensei, abril de 2021.