À beira do precipício | Monge Genshô

À beira do precipício | Monge Genshô

Pergunta: Boa noite, Sensei, boa noite, Sangha. Por que nos sutras é muito comum ler que as pessoas despertam apenas ao escutar ou mesmo apenas ao entrar em contato com Tathagata? Existe algo místico nele ou são apenas contos?

Monge Genshô: Trata-se de uma questão de estar na beira. Se você está à beira de um precipício, um sopro de vento poderia fazer você cair. É alguém que levou grande tempo no caminho, que treinou muito, que se esforçou e procurou extensamente como são as histórias dessas pessoas. Vejam que o próprio Buda passou seis anos na floresta, jejuando, treinando, sem parar, para, ao fim de 6 anos, em um esforço especial, conseguir despertar. Então, as pessoas que despertam, quando tem contato com uma frase, ou um contato com o Tathagata, elas estavam à beira, à beira daquela experiência e uma simples frase as acordou. A explicação de momentos assim é esta. Não são simples contos porque isso continua acontecendo hoje. Pessoas treinam durante longo tempo e aí, de repente, tem uma oportunidade especial, uma experiência repentina e as narrativas são as mais variadas: uma pedra que bateu em um bambu, o fundo de um balde que se rompeu e a água se derramou, tropeçou e  bateu com o pé numa pedra, as mais diferentes ocasiões, acontecimentos, frases, provocam o despertar de alguém que está à beira disto. Mas, na realidade, é necessário um grande esforço para chegar até lá.             

            Resposta proferida por Meihô Genshô Sensei, Daissen-Virtual,  em Fevereiro de 2022.