O Quarto Elo - Parte 1 | Monge Genshō

O Quarto Elo - Parte 1 | Monge Genshō

O Quarto Elo da Originação Dependente chama-se Nāmarūpa.

Nāma, em sânscrito, significa “nome”. Mais uma vez, vemos as similaridades entre as línguas indo-europeias, o sânscrito e as línguas latinas. Nāma então é “nome” e Rūpa é “forma” – Nāmarūpa. Significa que, depois dos passos anteriores que examinamos (a Avidyā, a ignorância), surgem determinadas “visões”. Depois, os saṃskāras, que são as “marcas”, e depois o Vijñāna, que é o “surgimento da consciência”. Essa consciência à qual nos referimos não tem identidade. Agora, é um ponto bastante importante no ensinamento budista e que não é um artigo de fé: você não precisa acreditar no que vou descrever, mas é a visão que os mestres, através dos tempos, consolidaram por meio de suas experiências meditativas.

Sabemos que, por exemplo, após a morte, você perde sua identidade e vai perdendo sua memória, que é o que consolida sua ideia de “eu sou aqui e agora”: sua identidade nesta vida. Porém, o karma é algo que não pode ser extinto no Universo, porque é uma forma de informação. De modo que ele continua, existe uma coesão de um “karma pessoal”. Os tibetanos chamam isso de “bardo” (em sânscrito antarābhava).

Imaginem um conjunto cármico de marcas, mas que está distante de uma forma física de uma manifestação. Então, o karma quer se manifestar de acordo com suas marcas cármicas. Ele se sente atraído por determinadas condições. Assim como todos vocês que estão “aqui e agora” se sentiram atraídos pela condição humana, de modo que seu karma tendeu a se manifestar aqui em uma determinada condição humana.

Quando nós olhamos país, condições familiares e tudo mais, como a cultura em que nos manifestamos, nós estamos olhando aquilo pelo qual nos sentimos atraídos. Nos sentimos atraídos pela condição que nós temos de alguma forma. Nas coisas boas e nas coisas más também. Você, de alguma forma, merece a condição na qual se manifestou, de certa maneira é uma escolha sua.

Então Nāmarūpa, que é “nome e forma”, é o surgimento, a materialidade que surge a partir de tudo que foi desenvolvido antes das marcas e das escolhas. Imagine que você anda em uma feira de antiguidades e um objeto lhe chama a atenção. Depois, outro objeto lhe chama a atenção: isso manifesta suas escolhas internas e aquilo pelo qual você se sente atraído e aquilo que você procura.

[CONTINUA]


Palestra proferida por Genshō Sensei em teishō na Daissen Virtual em 17 de fevereiro de 2024.